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Analisados os factos políticos com a devida longinquidade, considerou-se que a forma como decorreram as eleições presidenciais de 1958 pôs em causa a sobrevivência do regime autoritário, aliás, as “feridas abertas” nunca mais foram saradas. Numa sociedade fraturada entre apoiantes e não apoiantes do regime, as tensões vividas no seio da igreja católica agudizaram o problema, e são, também, elucidativas desta tese. A mutação de alguns sistemas políticos com ligações ao Estado Português e a pressão internacional podiam ser consideradas como fatores importantes para que houvesse uma suposta “abertura” do regime, porventura mais livre e democrática; contudo, essa situação não se verificou. O receio da mudança de regime fez com que as medidas coercivas perante a oposição fossem mais incisivas à medida que a campanha foi avançando.
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