Afonso Lacerda e Mello é oriundo de uma família tradicional e da média burguesia da Foz do Douro. Foi educado a preceito e obedecendo a todos os cânones do meio a que pertence.
Na década de setenta do século XX, tem oportunidade de viver em Londres durante a maior parte do ano, o que mudará a sua vida, os seus horizontes e reconfirmará as suas convicções políticas fortemente anti-Guerra Colonial e o seu posicionamento resolutamente anti-Estado Novo e anti-regime.
Em plena Guerra Colonial, Afonso não poderia ter partido para Inglaterra sem o recurso às típicas “cunhas” desse tempo, e é por meio delas que consegue passaporte e licença militar.
Londres na década de setenta é como uma Meca, atrai gente de todo o mundo e é talvez a cidade europeia mais cosmopolita, avançada e livre. Portugal é um País periférico, atrasadíssimo, uma autocracia que repudia e está envolvido numa Guerra Colonial absurda e em relação à qual tem a convicção profunda de que não a poderá nunca ganhar.
Em Londres, em 1971, conhece Ruth, uma dinamarquesa com quem enceta uma relação séria, é a primeira vez na sua vida que se apaixona e ela insiste para que vá com ela para a Dinamarca.
Em 1971, prepara-se para cumprir o serviço militar. Entretanto com o 25 de Abril, tudo muda na sua vida pessoal e profissional.
Sente que deve ajudar na democratização e no desenvolvimento do País rumo a uma Europa que admira e que tem por farol.
Cumpre assim o seu destino…