Pálido e trémulo, pediu um cigarro a Luandino, mas era tal o desnorte, que não atinou em como não fumava.
Agradeceu e saiu em direção ao jardim Quadrado da Quietação, onde estava o busto, em bronze, de Dr. Cisaldo Bom Tino, fundador da Clínica. Na base de granito azul que o sustentava, estava incrustada uma placa, na qual podia ler-se homenagem dos pacientes ao Psiquiatra fundador da Psykhé Bem.
Expressando gratidão àquele vento brando que se tinha levantado no final da tarde, sentiu minorar o queimor que teimava ainda em querer incendiar-lhe o rosto, mas não conseguia que abrandasse aquela excitação.
Os pensamentos estavam desordenados, num caos entre uma expetativa que era, então, desconhecida, e uma perplexidade cada vez mais crescente.
Um tropel no corredor de acesso à ala dos internamentos masculinos trouxe-o de volta à realidade. Reentrou na sala de estar e reparou nos semblantes interrogativos dos presentes. Agripina já lá não estava e Antonella aparentava alheamento, com um livro pousado no colo.