A maior parte deste diário é formada por reflexões sobre temas de carácter filosófico, nomeadamente os problemas de Deus, do livre-arbítrio, do mal, da mente e do sentido da vida, que constituem o essencial da mundivisão do autor. Nele há também referências biográficas e alguma poesia.
O autor defende que as piores formas de mal têm a mesma origem – o acaso –, e que não devemos procurar no conceito de livre-
-arbítrio a explicação da parte do mal que é normalmente designada por mal moral. De resto, o conceito de livre-arbítrio é demasiado vago, visto não ser possível provar que um acto foi praticado livremente ou não. De facto, se uma pessoa praticou um acto
A moralmente reprovável, como poderemos provar que ela poderia ter praticado um acto diferente de A? A afirmação “Escolheu fazer o mal porque é livre” não parece ser uma justificação convincente dessa escolha. O ser livre agirá sempre da melhor maneira possível em quaisquer circunstâncias, como Espinosa afirmou.
O mal devido à acção dum mass killer e o que resulta do rebentamento dum pneu defeituoso têm, em última análise, a mesma explicação – o acaso. Se esta explicação fosse compreendida por todos, as cadeias não existiriam para punir os criminosos mas para curar e reeducar as suas mentes.
O autor partilha com Espinosa a opinião de que o Universo é uma realidade necessária e que portanto não foi criado. Pensa também que Deus e a Humanidade não podem ser concebidos separadamente porque o amor e da amizade que os homens dedicam uns aos outros é que dão realidade à ideia de Deus.
“Deus chora em cada lágrima de homem ou de mulher, sorri em cada sorriso, canta em cada canção.” (Amado Nervo, in “Plenitude”, cap. 47)

Diário Quase Filosófico (2016-2020)
ISBN [Edição Impressa]: 9789897823602
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