Desde há muito que a educação vive um processo complexo de crise, na medida em que a educação da criança e do jovem constitui um processo social contraditório, objecto de interesses sociais, políticos e económicos que se opõem e contradizem. A luta travada em torno da escola, entre a chamada “escola activa”, também designada por “escola moderna”, que procurou colocar o educando no centro das preocupações, e a “escola tradicional”, que pretendeu preservar os valores tradicionais, constitui uma realidade vivida pelo menos durante todo o século xx. Todavia, essa controvérsia tem as suas raízes históricas muito longe no tempo.
No presente, essa oposição, que traduz no campo específico da educação, a dinâmica sócio-política global em termos de preservação elitista de privilégios contra a emancipação democrática da totalidade dos indivíduos, assume características inovadoras, de acordo com a extraordinária transformação social, cultural,científica e económica que impõe a construção de novos paradigmas. Neste complexo processo de mudança, como podem a escola e os seus professores, responderem às necessidades de educação integral da Juventude? Em que medida a tão apregoada “crise dos valores” atinge o processo educativo, degradando-o? Como pode o professor e a professora desempenhar o seu papel educativo, ou deve limitar-se à tradicional função de instrução?