Se este fosse um livro como o que agora se escreve, não queria ter qualquer lágrima, nem sofrimento, apenas memórias, sonhos perdidos em asas de voo ou em paletas de cores múltiplas que os olhos contemplam.
Nesta viagem onde a ficção se mistura com a realidade, o Desconfiado, nome dado a um porquito com asas que a Rainha Santa Isabel lhe concedeu, para que pudesse fugir do destino a que estava destinado, ergueu-se nos céus, voou para bem longe, conheceu lugares onde os seus familiares eram já conhecidos, conviveu com outros animais com asas, cresceu para espanto de todos que olhavam essa figura estranha parecida com um porco com asas – a voar? Não é possível!
Mas foi, e não havendo um final feliz para o Desconfiado, fez-se adulto, voltou ao seu ponto de partida, ali para os lados das Ilhas de Arraiolos e por lá, satisfez os apetites dos seus inimigos de duas patas, como diria Orweel: o Homem.