Segundo Miguel Torga “Alguém tem que segurar a pena, até que a possa passar a um génio”.
Por analogia, quando se torna premente a necessidade de se tirar a água do porão de um navio, que mete água, antes que ele se afunde, não havendo bombas para a aspirar, começa-se a baldeação, enchendo-se baldes que se passam de mão-em-mão, até que a água seja devolvida ao mar. Todos os baldeantes são necessários. Basta que um deixe de passar o balde ao seguinte, o barco pode afundar-se. Eu faço parte dos baldeantes. Sou o que a tira do porão, mas tenho o balde pouco cheio, porque sou fracote. Embora a água seja pouca, passo-a ao seguinte. Se a cadeia não for interrompida, o barco talvez se salve…
Os contos que aqui apresento, são como a pouca água que o meu balde conseguiu ir tirando… Mas o barco não se afundou! Logo que apareça um génio… passo-lhe o Balde.