As pescarias de Peniche e a sua importância entre os séculos XVII e XIX é atestada de variadíssimas formas, desde a criação do concelho de Peniche, em cujo estabelecimento do foral se destaca a importância das pescarias como principal fonte de rendimento, passando pela criação da instituição específica para arrecadar os proventos fiscais acerca das pescarias, a Casa da Távola de Peniche.
Será através das informações fornecidas por esta instituição que poderemos avaliar a realização do potencial piscatório de Peniche até ao período liberal. Ali encontramos as artes de pesca, mormente cercos volantes e armações estantes, bem como as regiões servidas pelo seu pescado, as zonas de atividade conserveira e de salga, o horizonte de atividade que levava os pescadores de Peniche à foz do Mondego, ao Porto, a Larache ou até ao Brasil, nos seus caíques de dois mastros.
Sabemos que tipo de peixe alimentava as gentes de Peniche e de Atouguia, mas também aquele que era servido no palácio das Janelas Verdes e até mesmo o que se apresentava à mesa do Marquês de Pombal. Enfim, as pescas e esta região são indissociáveis. E ainda hoje quem fala do concelho de Peniche imediatamente evoca na sua mente, o mar, o pescado e as gentes do mar.