TEORIA E PRÁTICA DO CONTORCIONISMO
[…]
Entretanto «as caves do sonambulismo
provocam-te cieiro no sexo
não podes repetir-te intermédio
na voragem que as fixa às tuas retinas falsas
(mutante estéril, estria donde me puxas) és
como a carne
desta sílaba jazente»: «tu», / não
tens ocupante não tens
óleo não tens orlas
Ou: no entanto — o tojo
foi emparedado, pois o assassino
não regressou ao local do seu surgimento.
E, em volta da sua sombra projectada,
o contorcionista: «eu», … ou «tu»?
(não,
/ em rigor
ele — esse «eu-tu»)
adivinhando uma diferente
narração efémera:
… avalancha afónica
perante o duelo (incompleto)
de uma mandíbula
só masculina
… (nem um losango de riso guardado
no ânus do céu) E «eu», é sem fascínio que me
interrompo, quase a meio do meu
crânio externo, («julgas tu que quase a meio
do meu entalhe de aspereza»),
e nem um golpe privado de açaime nem
uma aresta rebatida
nem lona nem nó nem mão
apta a deter-me —
Repetir: é sem fascínio,
é sem uma única gárgula no texto da farsa,
e encostado aos átomos estanques, — é sem
sopé, alheado, vala a vala, que me
modificarei: / dejecto ode histeria, rude
mentira, ulcerada, por enquanto
num estado fetal e redonda,
boiando no aquário /
[…]
EMPAREDAMENTO
usando imagens. escalpo. a certeza hereditária traçada à mão. um eixo de rotatividade — estas anquiloses
uma armadilha atrasada: no limite, no código gelado
a aceleração desfocou o triângulo — detalhe soalhos apedrejados pela insónia: um ossuário não, sim um qualquer lençol, e arestas. em repetição — a teoria da drenagem entre a porta e a morte uma discórdia que rouba
os dentes da cal. truncagem. exalação. o vidro nulo da esponja — a modificação do estilo conduziu-o a um esgotamento assimétrico: de um lado, o chicote de costas para o atrito do embate, do outro, a totalidade das dúvidas amontoadas sobre o título inorgânico. na solução emparedada, ou: as teias à espera da presa mas já mastigam as mutilações dos seus pés
à superfície do espelho está a volúpia incrustada no gráfico mitológico, está o compasso da doença — ele diz: como um carcereiro acocorado
sem boca — e: assim ferrugem na cerveja
ou, depois