Como escrever uma introdução de livro que prende os leitores

Como escrever uma introdução de livro que prende os leitores
Um bom início de livro não tem uma fórmula científica mas há algumas características melhores que outras

Escrever uma introdução de livro que prende os leitores é o sonho de qualquer autor.

São aquelas primeiras palavras, linhas, parágrafos que podem ajudar a decidir o relacionamento entre o leitor e o livro.

Ao passar os olhos por essas páginas iniciais, o leitor está já em ampla conversa consigo mesmo.

Há diversas perguntas que pode estar a fazer a si próprio naquele momento:

  • “Vou continuar e ler?Ou paro já aqui?”
  • “Será que o resto é assim tão bom?”
  • “Será que o que se segue consegue ser pior que isto?”

Não é à toa que uma grande parte dos escritores dedica muito tempo a trabalhar na primeira e segunda páginas do livro.

Na maior parte dos casos surgem incertezas e dúvidas, que podem durar mesmo até ao fim.

No entanto, nunca será uma boa opção esperar pelo fim para regressar ao ponto de partida e refazer a introdução. Porque isso pode levar a mudanças inesperadas na obra e à abertura de ´buracos’ no desenvolvimento da história.

Sim, é aceitável fazer acertos e modificações de detalhe mas não mais que isso.

As características de uma introdução de livro que prende os leitores

É importante, assim, ter uma boa introdução logo desde o início.

A começar na primeira frase.

Garante que é capaz de captar a atenção dos leitores e criar entusiasmo junto deles.

Não há, que se saiba, uma fórmula perfeita mas há grandes escritores que as escrevem desde há centenas de anos.

A primeira tarefa é, como sempre, colocar o leitor em primeiro lugar.

A maior parte das grandes primeiras linhas cumpre uma destas características…

Surpresa, como Gabriel Garcia Marquez no início de “Cem anos de solidão”:

“Muitos anos depois, diante do pelotão de fuzilamento, o coronel Aureliano Buendía haveria de recordar aquela tarde remota em que o pai o levou a conhecer o gelo.”

Dramatismo, como Frank Kafka, em “O processo”

“Alguém devia ter difamado Josef K., pois, certa manhã, sem que tivesse feito qualquer mal, foi preso”.

Filosófica, como Tolstoi em “Anna Karenina”

“Todas as famílias felizes são iguais. As infelizes são-no cada uma à sua maneira”.

Poética, como Truman Capote, em “A sangue frio”

“A cidade de Holcomb fica nas planícies do oeste do Kansas, lá onde cresce o trigo, uma área isolada que mesmo os demais habitantes do Kansas consideram distante”.

Conclusão

Cada uma delas tem todos os ingredientes para causar um excelente início de livro, que capte a atenção do leitor desde a primeiro momento.

Qual funcionará melhor no teu caso?