É uma velha questão que afecta todos os autores, desde os consagrados aos iniciados: devo editar ou não editar enquanto escrevo o livro?
Apesar de não consensual, a tendência da maioria dos autores é a de não editar o texto. Deixar esse passo para mais tarde. Para quando só restar a revisão final.
No entanto, muitos escritores sentem-se ‘obrigados’ a editar capítulos, páginas, parágrafos ou mesmo frases, uma, duas, muitas vezes, enquanto estão ainda na fase de criação.
Nem se trata de perfecionismo.
É aquela ‘voz’ na cabeça que nos questiona todas as palavras, frase por frase, enquanto estamos a escrever. Aquela ‘voz’ que se preocupa se não estaremos a ser repetitivos ou redundantes. Se estamos a evitar frases feitas ou clichés.
É essa ‘voz’ que temos de calar para levar o livro até ao fim.
Uma voz para calar
Mas isso não é fácil. Convenhamos que essa é a nossa ‘voz’.
Temos de recordar, a nós próprios, que não podemos ser criadores e editores ao mesmo tempo. Que há um momento para cada tarefa.
Se não o fizermos, uma simples página (ou mesmo um parágrafo) pode demorar dias.
Quando escrevemos, a nossa missão é simples: contar a história, partilhar uma mensagem, informar ou ensinar algo, dependendo do tipo de obra que estamos a criar.
Isso dificilmente pode ser feito de forma fluída se demorarmos horas para refinar uma frase. Muitas vezes para a reescrever mais tarde.
Se esperar pelo fim para editar parece muito, então encontra um meio termo.
Podes fazer a edição do trabalho de um dia no dia seguinte, por exemplo. Antes de regressares ao modo de escritor e assim permaneceres ao longo do resto do dia.
Conclusão
Procura criar compartimentos bem claros entre a escrita e a edição.
Pode ser parte do segredo para um bom livro.
Quando falamos aqui em edição, estamos a referir-nos à edição que, como autor, irá realizar. Porque depois dessa, é aconselhável que haja uma outra edição, concretizada por outra pessoa.