O seu espírito de curiosidade era e continua a ser relevante. Desde muito jovem, esforçou-se por descobrir e encontrar a solução dos problemas, aperfeiçoando-se nos estudos com um trabalho metódico, independência de ideias e projetos, com o mínimo de influências.
“Sinto-me bem centrado neste tempo, o atual, mas dizem-me, com bastante frequência, que ando adiantado. Talvez isso seja devido à minha grande curiosidade inata e cultivada de saber”, revelou numa entrevista.
A par da sua insaciável procura pelo saber, o Pe. Aires Gameiro desenvolveu o seu gosto pela escrita, um dom que cultiva desde a juventude e os primeiros anos da sua formação. Quando escreve fica “mais esclarecido sobre o que pensa”, confessa. Escrever “é uma forma de interiorizar, uma ajuda à reflexão e, agora na terceira idade, ajuda a memória”. A escrita, para este autor de várias obras e cronista assíduo nos meios de comunicação social, é “um prazer, uma alegria e o desejo de evangelizar”.
Este livro é um conjunto de conversas, diálogos diversificados. Conversar com este Irmão de São João de Deus é fazer uma viagem por muitos lugares, conhecer múltiplas situações, aprender sem cessar. O que aqui se dá a conhecer é apenas uma parte da sua grande personalidade, alguns aspetos essenciais do seu trabalho cultural e apostólico, já expressos, aliás, na vasta bibliografia que, desde há anos, tem publicado de forma quase permanente.
Centenas de viagens por todo o mundo, em missões de trabalho e visitas culturais; milhares de páginas escritas em livros, artigos de jornais e revistas; dezenas e dezenas de conferências sobre diversa temática e em vários países; participante assíduo em eventos nacionais e internacionais de especial relevância, ligados à sua Ordem Hospitaleira e a múltiplas instituições científicas e religiosas; leitor compulsivo, autor incansável, dono de uma memória prodigiosa, curioso incorrigível e personalidade insaciável na busca do saber profundo ou sabedoria…, eis um retrato breve do P. Doutor Aires Gameiro. Relatar a sua multiforme identidade é tarefa exigente, apenas podemos conhecer alguns pormenores; e, no entanto, ficamos fascinados pelo seu caráter de comunicador nato, pela dimensão dos seus conhecimentos, pela autenticidade das suas convicções.