Medicina e Teatro – 100 Médicos Teatrólogos – Livro Segundo (II)

ISBN: 9789898977885

Esta obra – Livro Segundo – estuda, de um modo assaz abrangente, 100 médicos/teatrólogos, cujo contributo outorgado à Medicina e à Arte Cénica, é de uma relevância, extraordinária, ímpar e, ipso facto, assaz incontornável.

Não há dúvida nenhuma, que a envergadura e magistério médico e dramatúrgico destes egrégios valores da Medicina e do Teatro, ora estudados, de modo assertivo, representam um eloquente exemplo, da dinâmica enformadora deste sui generis e peculiar Conúbio – Medicina e Teatro -, conúbio esse que busca fundo as suas reais origens primevas, desde os primeiros embriões da Humanidade.

Sim, efectivamente, a Medicina eficaz é, cada vez mais e mais científica, tecnológica, robotizada, estandardizada e, evidentemente, digitalizada. Deste modo, os cuidados de Saúde adequados devem imperativamente saber conciliar, de modo consentâneo, estes processos “semi-industrial” e “por medida” humano, unicamente apto à assumir adequadamente o cuidado de qualidade da pessoa. Eis porque, logicamente, o ensino médico de qualidade (que se impõe, cada vez mais, nos nossos dias de hoje), deve-se ser voltada para o futuro, correspondendo à tripla exigência de uma formação médica moderna. Ou seja:
– Uma pedagogia virada para as novas práticas e tecnologias
– Uma preparação à um exercício de cuidados complexo pois que multiprofissionais
– Uma aprendizagem da medicina tendo como alvo a personalidade com o seu corolário de uma aptidão relacional na sua dimensão assumidamente humana.
De feito, a qualidade de presença do médico à beira de um doente/paciente resulta, ipso facto, de uma alquimia que integra o tempo e a capacidade de escuta, observar, falar, apalpar, para compreender a personalidade, as prioridades e as expectativas desta pessoa. E, no âmbito desta análise relacional bem integrada que a atitude, a escolha da simplicidade das palavras encontrarão a boa distância para o anúncio, a permuta decisória compartilhado e o acompanhamento dos pacientes e, bem assim, das suas famílias (respectivas).

Donde e daí, a relevância que assume este histórico conúbio – Medicina/Teatro, cada vez mais e mais, por motivos e razões óbvios!

Enfim e, em suma: A exigência, para o médico, de uma aliança do “dever de ciência e do dever da humanidade”, exige uma robusta e sólida tomada de consciência e um trabalho do “coração” entre a aquisição dos conhecimentos e da experiência e outrossim e ainda, a necessidade de lucidez e de verdade!

E, em jeito de Remate assertivo:

Teatro e Medicina caminham, aliás, caminharam sempre, ao lado um do outro. Em determinadas circunstâncias de modo directo, às vezes até de forma metafórica. Médicos e actores não cessam de traduzir o mundo e dilatar as suas fronteiras. São os protagonistas e testemunha da fragilidade do vivo. Encenam-se para fazer presente à cabeceira da dor. Empurram a morte que os coage ao desafio! A voz outorgada à língua, a pontualidade de um gesto, a prática da “presença” relevam de um paradoxo que o egrégio dramaturgo francês Paul Claudel resumiu magistralmente, asseverando: “L’oeil écoute!”.