Numa pequena e moderna cidade de província, tudo é novo, até os viveres das gentes que mais não são do que os colonos de umas quantas dunas cobertas por pinhais, tendo a Norte a Aldeia de Brescos, a nascente a cidade de Santiago do Cacém, a Sul o Complexo Industrial de Sines e a Oeste o imenso lago que nos separa do continente americano – o Atlântico.
Será num bar de um qualquer lugar, o sítio privilegiado para se identificar uma população residente, os seus hábitos e comportamentos, que terão sempre de evidenciar a natureza das suas diferenciadas origens.
Acompanhando o dia-a-dia do Luís Santos, o barman, e do Aristides Salsedo, cliente desde primeira hora, ou talvez um pouco antes, fornecedor das playlists que se faziam ouvir ao longo das noites, e através das quais se realizava como radialista, que sempre ambicionou ser, cruzamo-nos com as ditas vivências, recordações e anseios de uma população ‘pr’áki’ deslocada.
Quando a vida caminhava de feição a essa sociedade e ao nosso bar, eis que surge o interesse de uns investidores chineses, na sua aquisição e possível transformação. Entretanto, pouco tempo depois da venda, aconteceu o surto pandémico do ‘Covid19’.
O Boteco, esse local onde se cruzava meio mundo, berço de vivências mil como cantaria o poeta…
Bem, o melhor, será lerem para aferirem o fervilhar de uma cidade nova, moderna na sua conceção, em que a sociedade residente se ia tentando adaptar, com base nos seus comportamentos e vivências anteriores.