Vê, caro leitor, como é construída a Civilização Europeia: como a Igreja estica a corda que se vai desenrolando lentamente desde que nascemos até à nossa morte; e com tanta perfeição na sua marcha rigorosa, feita para a associarmos à “Felicidade”! Um sentido aparente na sua progressão, mas que mais não faz do que desconstruir a Acção Cristã no drama europeu que foi um êxito cultural, até chegarmos agora à catástrofe Católica de escândalo do “homem-deus” e das “multidões”, tão bem compostas que não se dá por elas; obra “Divina” ou de “Belzebú”? Associando o nosso Espírito Cristão num grau de prazer que só deslumbra e turva todas as peças em acção, ao produzirem o resultado necessário, de contribuirmos sem o sabermos para esta marcha de destruição da Humanidade, quando a corda, afinal, nunca pode ser esticada sem a nossa ajuda.
Mas que o nosso fugitivo bem poderá evitar, tal como Édipo se cegou a si próprio para poder ver a luz fugindo do seu destino, sim, de cegueira, que os deuses lhe reservavam e com ela o seu grande gesto de pessoa livre e que a Igreja não afastará; não permanecer num mundo passivo mas com tudo o que é seu, a sua profundeza e o seu querer, aderindo sem violência e nesta Europa a uma Humanidade que lhe pertence.
E que nos contamina, como contamina os políticos e o legislador nas suas acções, quando são estes que possibilitam o avanço gradual perante os compromissos da Humanidade e cujos pressupostos culturais igualmente adquiriram, ao insistirem com o seu monopólio nas narrativas contemporâneas, sem jamais evitarem, que não seja mais a nossa obrigação, do que apenas existir.