Marília não é urbana! Por meio dos seus poemas ficamos a conhecer melhor um lado bastante instigante de Marília Rosado. Um brado de amor por seu Ribatejo expõe a raiz forte fincada no chão às margens do rio Sorraia. De suas palavras ouve-se ecos da sua terra que lhe é inspiração. No belo poema Coruche, Terra Amiga, faz a provocação: Ribatejanos, quem somos nós? E com as tintas da lezíria do Sorraia nos apresenta o quadro da sua existência como filha da pequena vila portuguesa, e única de pai e mãe que acompanhou até o último momento. Arrependimentos por não ter amado mais direciona o meu olhar para a extensão da doação de Marília. Sim, ela ama demais!
Marília é contemporânea! Percebe que é possível romper a barreira do silêncio que traz sofrimentos. Diz sim a descobrir quem é! Sabe e aceita viver quem é. Sem deixar as memórias decide criar caminhos para surgir a Marília de hoje. Uma certa nostalgia nos leva a percorrer tempos e espaços sob a sua guia. Entendemos melhor o amor perdido entre “pensamentos, sonhos e sofrimentos” e despido de razões e porquês. Um despertar esdrúxulo quase a tocar na “cor, sorriso, traços de magia”. Vive intensamente tudo e todos que lhe chegam. Em “Quantas iniciais foram iguais” chega quase à exaustão em um jogo velado! Marília, enfim, encontrou a Poesia que traduz em Poemas.