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Chegado o momento de dizer adeus e abandonar a terra onde nasci, foi para Portugal que vim, o país de origem dos meus ancestrais antepassados e onde se encontram as minhas raízes familiares mais profundas, mas, entretanto, aqueles versos que fui guardando… Não voltei a vê-los. Perderam-se e apenas alguns, muito poucos, retive na memória. Os outros, arrumados à pressa numa mala antes de partir, não resistiram à fúria dos tempos e à onda de revolta e avidez que assolou o nosso país naquela época. Acabaram assim os meus poemas, perdidos sabe Deus em que canto ou recanto longínquo da minha saudosa África, ou algures na devassa imunda em que se encontrava o cais de Lisboa em 1975.
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In Introdução