
Domingos Fontes
Era o dia do solstício, o mais pequeno do ano. Ventos fortes fustigavam as serras frias e o menino nascido em berço de prata, de olhos da cor do céu, via pela primeira vez a luz, que tanto o atraía.
sabendo que o caminho se faz caminhando…foi com luz, que traçou o seu próprio caminho,
Nessa caminhada, nem tudo foram rosas, havia pedras, muitas pedras, pedras negras… negras na alma, um tempo que não viveu… mas um dia, percebeu que nem todas as pedras eram iguais. Reparou que no meio de tantas pedras havia algumas que luziam, parecendo querer acompanhá-lo na sua aventura.
À medida que iam surgindo, vindas do nada, agarrou-as e tratou-as como se fossem suas amigas… elas fariam parte da sua caminhada! Luzindo mais e mais, irradiando uma luz intensa, passaram a iluminar-lhe a direção a seguir, o caminho certo.
De entre todas as pedras, havia uma grande, especial, que luzia muito, pela qual tinha uma particular estima, ela simbolizava o seu progenitor, o seu pai.
Às pedras que brilhavam, chamou-lhes “luminosas”, pois ajudaram-no a realizar os seus sonhos… tão ambiciosos, que nem ele próprio os julgava realizáveis… As asas dos seus sonhos, transportaram-no para mais alto, mais além, e assim, passou a chamar-lhes ANJOS NO CAMINHO.
Plantei árvores, fiz filhos e escrevi um livro.… Com 73 anos, sou um homem realizado.