George Simenon escreveu mais de 500 obras ao longo da vida. Muitas delas tendo como personagem principal o detective Maigret.
Isaac Assimov também passou a barreira dos 500 livros.
Num plano diferente, a espanhola Corín Tellado foi autora de mais de 5 mil novelas e pequenas histórias. Já Barbara Cartland escreveu mais de 700 obras, sendo que 23 foram num único ano.
L. Ron Hubbard publicou 1084 trabalhos, bem mais que a famosa Enid Blyton, responsável por 762 obras, muitas das quais dos 5, dos 7 e do Noody.
Se estes autores já faleceram e não podem escrever mais, que dizer de Stephen King, que leva já 60 livros e umas 200 curtas histórias, desde que tudo começou, com “Carrie”.
Como é que isto acontece? Como é possível escrever tanto?
Bom, tudo começa por ter uma disciplina.
A disciplina necessária para sentar regularmente (todos os dias ou não) e deitar mãos à obra.
O problema é que somos, enquanto humanos, realmente bons a encontrar desculpas.
Esquece a inspiração
Começamos por culpar a inspiração.
É uma desculpa comum. Porque as musas inspiradoras se esqueceram de aparecer hoje, nós também não aparecemos para escrever.
O que os mais prolíficos autores descobriram é que não há razões para esperar o sopro de uma qualquer sereia.
Tens de escrever, quer queiras ou não. Precisas de ser consistente.
Nem tudo, de facto, será excepcional ou mesmo bom. Mas, convenhamos, nem tudo seria bom mesmo com as musas a inspirar todos os dias.
Cria um espaço todos os dias para te dedicares a escrever. Se preferires, podes determinar um mínimo, seja em tempo, seja em palavras.
Coloca a opinião dos outros no seu devido lugar, em quinto ou sexto
JK Rowling teve a primeira parte da saga Harry Potter rejeitada por mais de 10 editoras antes de receber um ‘sim’.
Este foi apenas um dos muitos casos de autores de sucesso que começaram por ser rejeitados.
A verdade é que nem todos os autores podem ser publicados pelas editoras tradicionais.
Também é verdade que a opinião das outras pessoas é apenas importante na medida em que lhes damos importância.
Se escreves de forma consistente e regular é muito provável que nem tudo aquilo que fazes será bom. A maior parte, aliás, deverá sair fraca.
Mas o elemento determinante, aqui, é que continues. Sempre.
Com o tempo, com a prática, a qualidade irá aumentar e conseguirás fazer um bom livro.
Define pequenas vitórias
Antes de chegar ao grande triunfo, o Nobel da Literatura, todos os autores que o venceram tiveram outros êxitos, embora mais pequenos. Se continuarmos a recuar, vamos encontrar a primeira de todas as vitórias.
Terá sido algo tão simples como concluir o primeiro capítulo do primeiro livro.
As pequenas vitórias são importantes. Não como metas mas como símbolos de que conseguimos alcançar uma parte de algo maior.
Uma pequena vitória pode ser apenas a realização de uma frase ou parágrafo. Mas deve ser celebrada. De forma simples e ligeira mas celebrada. Pode ser um sorriso.
Conclusão
A consistência e a regularidade são apenas meios para chegares ao objectivo final de fazeres o teu livro. Mas são fundamentais para seguires em frente.
Na verdade, não precisas de “força de vontade” precisas apenas de aparecer todos os dias para escrever. E deixar a edição para depois.